Jacaré Alfredo preocupa moradores, mas especialistas confirmam que comportamento é normal
Por: Marlice Costa |
15 de agosto de 2025

O jacaré Alfredo, mascote de Lagoa Santa e morador da Lagoa Central, voltou a chamar atenção e gerar preocupação entre os moradores nos últimos dias. O animal havia sido resgatado pelo Corpo de Bombeiros em 5 de agosto, após ser encontrado com dois arpões de pesca cravados no corpo. Depois do atendimento veterinário e da liberação, Alfredo foi visto imóvel em imagens feitas por drone, levantando rumores de que poderia estar morto.
Na terça-feira (12), o Grupo de Resgate Animal fez buscas na Lagoa Central, no bairro Várzea, mas não localizou o réptil. No dia seguinte, um vídeo gravado pelo morador Johnny Patrick Moreira, próximo ao bairro Recanto da Lagoa, mostrou o jacaré parado em uma área de brejo, sem sinais aparentes de respiração. O registro circulou nas redes sociais e dividiu opiniões.
Após a repercussão, a equipe de resgate foi até o local e constatou que Alfredo estava vivo. Segundo os profissionais, o animal reagiu a estímulos e apresentou sinais vitais e comportamento compatível com a espécie.
Comportamento esperado
De acordo com o biólogo André Yves, especialista em ecologia e conservação de jacarés, a imobilidade é comum após situações de estresse, como ferimentos e resgates. “A produção de energia desses animais depende muito do calor do sol. É natural que ele passe longos períodos imóvel para se aquecer e recuperar forças, especialmente no inverno”, explicou.
O especialista também destacou a resistência da espécie. “O sistema imunológico dos crocodilianos é extremamente forte. Eles estão na Terra há milhões de anos. Não é uma simples infecção ou sangramento que vai derrubar um animal como esse”, afirmou.
Monitoramento contínuo
A Prefeitura de Lagoa Santa informou que o jacaré está sob monitoramento constante pela Diretoria de Meio Ambiente, dentro de um plano de manejo voltado ao cadastramento da fauna lacustre e preservação do ecossistema.
Alfredo, um jacaré-de-papo-amarelo, vive há pelo menos cinco anos na lagoa e é símbolo da cidade. Outros dois indivíduos da mesma espécie já foram vistos no local. Até hoje, não há registros de ataques a pessoas.