Prefeitura de Lagoa Santa firma acordo para reparar danos após morte de garças na orla da lagoa
Por: Marlice Costa |
13 de junho de 2025

Após a morte de cerca de 100 garças devido a uma poda irregular de árvores na orla da Lagoa Central, a Prefeitura de Lagoa Santa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a ONG Gapa – Associação Adote um Amigo – para reparar os danos causados ao meio ambiente.
A poda drástica aconteceu em fevereiro, durante o período de reprodução das aves, afetando ovos, filhotes e garças adultas que estavam em ninhos nas árvores da Praça do Piquenique Literário. A ação, feita sem autorização ambiental, causou a morte imediata de 49 aves. Outras 50 não resistiram nos dias seguintes. No total, cerca de 150 animais foram impactados. A Polícia Militar de Meio Ambiente identificou o caso como crime ambiental.
O inquérito do Ministério Público estimou o prejuízo ambiental em R$ 3,6 milhões e apontou maus-tratos à fauna silvestre. Como parte do acordo, a Prefeitura se compromete a adotar uma série de medidas para compensar os danos:
Plantio de 150 árvores nativas ao redor da lagoa;
Criação de programas educativos sobre convivência com animais silvestres;
Elaboração de planos emergenciais de manejo para fauna urbana;
Implantação de políticas públicas de proteção animal, incluindo um Centro de Acolhimento Transitório e Adoções (CATA);
Destinação de um terreno de 5 mil m² à ONG Gapa para acolhimento e adoção responsável de cães e gatos em situação de risco.
Além disso, será apresentado um projeto de lei à Câmara Municipal com novas diretrizes para proteção animal, incluindo a proibição de veículos de tração animal na cidade.
A promotora de Justiça Mirella Giovanetti, que conduziu o caso com apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais, destacou que proteger a fauna silvestre e investir em arborização urbana são medidas fundamentais para preservar o equilíbrio ambiental e garantir qualidade de vida à população.